quarta-feira, abril 25, 2007

Plantar soja pode ser pior

Derrubar a floresta amazônica para plantar soja é mais prejudicial ao clima do que desmatar para criação de gado. Essa é a principal conclusão de um estudo realizado por equipe da Universidade Federal de Viçosa (UFV) publicado na edição atual da revista Geophysical Research Letters.

A literatura científica aponta que qualquer desmatamento na Amazônia contribui para mudanças climáticas ao provocar redução na precipitação. Mas, de acordo com a nova pesquisa, os campos de soja reduzem as chuvas em até quatro vezes mais do que as pastagens.

Os pesquisadores registraram as mudanças na refletividade de campos experimentais de soja e aplicaram os dados em um modelo climático.

Os pesquisadores utilizaram, para as parametrizações, uma plantação de soja de alguns milhares de hectares na região de Paragominas (PA). Numa simulação em que três quartos da área de floresta foram substituídos por soja, a redução de chuvas chegou a 15,7%. Quando a área foi substituída, no modelo, por pastagens, a queda de precipitação foi de 3,9%.

Os cientistas atribuem essa diferença à maior refletividade da plantação de soja, que absorve menos radiação solar do que o pasto ou a floresta, esquentando menos a superfície. Isso diminui as precipitações, pois as chuvas na região são primordialmente convectivas – ou seja, dependem do aquecimento da superfície para formação de nuvens.

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